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No pé da orelha. Com a devida licença daqueles que sabem que caminhar demanda pisar no chão devagar. As palavras contidas nesta obra despencam das marquises da cidade para esfriar a quentura desse nosso tempo que insiste em aprisionar sonhos. Para uns essa “letra” será uma espécie de cisma soprada no pé do ouvido. Para outros um tapa daqueles que o estalo faz recuperar sentidos que talvez tenham esquecido. Qual a possibilidade de existir em um mundo radicalizado na violência? Como um verso improvisado em algum canto da margem que cá estamos a vida se faz e pede passagem. Entre um jeito e outro de dizer com palavras, gestos, sopros e silêncios a vida quer ser pintada, ora nos tons do amor e quase sempre nos tons da fúria. Isso que chamam de vida tem um modo próprio de convocar aqueles que entendem que tomá-la como invenção é uma das maneiras de dobrar o desvio que lhe impuseram. O mundo erguido e imantando na violência da raça e do racismo é insustentável no que tange os princípios da vida. O peso desse mundo fincado na mentira da civilidade e na tragédia da transformação de tudo em lucro ergue seus edifícios em cima de corpos, almas e línguas que nunca deixaram de batalhar pela sua dignidade existencial. Assim, ao invés do peso em assumir para si o delírio de grandeza projetado pelo outro na correria do cotidiano se inscreve múltiplas existências com palavras mundo e palavras muro que de maneira incansável afastam o assombro, miram outras rotas e borram a palidez de uma cidadania que marcha no ritmo da democracia racial e da neurose cultural brasileira. Nessa travessia, a letra soprada em algum canto desse aterro que é o mundo dos oprimidos acende o rastilho que irá explodir o corpo daqueles marcados como alvo. Afinal, uma das principais formas de contrariar a morte produzida por aqui é dando corpo, som e sentido a cada pedaço daquilo que se alterou depois da explosão. A sina daqueles que combatem a tara dos que querem impor um mundo monológico é rasurar os símbolos do seu proteto rado tacando um nome que borre a sua pretensa pureza e poder. Se há uma forma de disputar a vida em um mundo radicalizado pela violência é não se submetendo e transgredindo a linguagem dominante, seja via a palavra mundo ou a palavra muro.
Luiz Rufino
Professor no Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (PPGEC), na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Autor dos livros “Histórias e saberes jongueiros” (2014) e “Pedagogia das Encruzilhadas” (2019).
Editora: Ape'Ku Editora
ISBN: 978-65-80154-55-5
Ano de edição: 2022
Distribuidora: Ape'Ku Editora
Número de páginas: 92
Formato do livro: 16 x 23 cm
Número da edição: 1
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